Génese

Em 2006 eu era autor de um blog (de igual nome a este) e em Outubro publiquei um artigo. Desde então que não escrevo qualquer texto de substância que à designação se preste. Esse último texto – um último suspiro? Pensei-o como um interregno, mas a sua duração ditou-lhe um fim, o fim de uma etapa, direi que ‘finou-se por morte natural’.

Há uns meses atrás publiquei no Twitter uma breve mensagem que, pela sua dimensão, sintetiza pensamentos que são expontâneos, mas a sua limitada dimensão, cento-e-quarenta caracteres, não permite explanar todas as linhas condutoras do tempo que porventura participa na realização dessa reflexão. Compreendi de imediato que esse imediatismo e síntese do pensamento é contrário à construção de um texto que se preze, que lhe falta talvez o corpo de longos e explicatórios substantivos e adjectivos ou outras formas gramaticais que lhe possam conferir clareza e consistência. Desisti do Twitter.

“Não posso deixar de perguntar: e de 2006 para cá?...” escreveu-me a Sandra, em meados de 2009.
Outros projectos, entre eles a formação académica, e concluída esta, o regresso às letras – um prazer sofrido: uma ausência necessária, que o processo criativo não é, de todo, um processo contínuo temporal e qualitativo.
Este será um espaço pessoal, é certo, que servirá para ensaios criativos, rascunhos, caderno de apontamentos. O que menos importa é o resultado, na viagem o caminho não é menos importante que o destino, e o sucesso uma consequência e não um fim. Um desígnio: que o prazer de ler seja proporcional ao meu imenso prazer de escrever.

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